terça-feira, abril 03, 2007

Continuação (parte II)

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Segundo ato



Um dia atrás do outro, o Hipopótamo se sentia mais e mais solitário entre as beiras e os fundos do seu lago. Pois então que uma bela noite ele, pois se a sonhar, mais do que de costume. Ele sonhava em caminhos que pareciam enigmas, e esses enigmas o aprisionavam psicologicamente como uma droga, como um carrossel de luas mágicas com estrelas escuras e céus prateados. E quando ele se deu por conta passava noites e dias, dias e noites sonhando. No fundo do lago.

...

Abriu-se então uma sala para ele, e ele entrou. “Ponha seu casaco no cabide” disse o bagre elegante. “Sente-se conosco, está na hora do discurso do presidente” disse a baleia entusiasmada. Logo ele sentou e assistiu o mesmo pica-boi que ele tinha expulsado de sua querida boca. Ele não entendera mais nada, e ainda menos quando a multidão começou a vaiar o então presidente pica-boi.

- Onde estou? – Mas já era tarde para pensar porque ele estava longe de tudo, longe mesmo dele próprio.

Ele se sentiu leve e sentiu vontade de dançar e pular. E isso tudo ele conseguia. Ele não era mais aquele ser estático, pesado, preso a si mesmo. Ele, além de ainda ter corpo de hipopótamo, conseguia explorar as dimensões de espaços contidas no ar. E se sentia enfim feliz, mas ainda faltava alguma coisa.

Alguns dias depois naquelas terras sem gravidade, naquele mundo psicodélico, ele percebeu que estava no mundo do sonho. Então ele podia voltar quando ele quisesse para o mundo real, mas não tinha o porquê, ele já era muito feliz lá brincando com as bolas risonhas e planícies amarelas, viam rochas que mais pareciam cavalos deitados, chamas rosas que queimavam os olhos de só olhar, e o tempo que se derretia e se recortava como se fossem desvendar o mistério da galáxia.

O mundo do sonho era o meio, mesmo não sendo arredondada não existia nem o fim, nem o inicio. Você poderia está em qualquer lugar se quisesse, porém não poderia está em todos ao mesmo tempo. Mas tudo era tão fácil que às vezes parecia que ia enjoar como tudo que é doce, mas logo viria um vendaval salgado arrebatando as almas de todos que estavam ali e tudo virava novidade. Permitiam-se com seus corpos e desciam a montanha como se estivesse subindo a mesma. E subiam a montanha como se estivessem descendo de novo. Respiravam em uma inspiração atordoante ao mesmo tempo relaxante e delirante, expiravam perfumes violetas sem cheiro que logo ao encontro da camada de nuvens-carvão mais perto se transformavam em borboletas e bela-morte-pássaros.

Mas mesmo com companhias psicodélicas. O Hipopótamo ainda sentia alguma coisa faltando. Ele se sentia enfim feliz, mas ainda faltava alguma coisa.


ainda continua...

2 comentários:

Anônimo disse...

E o q esse hipopótomo ainda quer?!!!
Ele já não está "feliz"?!!!

Anônimo disse...

Leozin talvez o hipopótamo só precise observar mais as "pequenas grandes coisas"...
é uma das possibilidades p esse cara!huaaaua
fique em paz....
bjos e abraços